sábado, 15 de março de 2014

A Porta e o Caminho


Assim fala o Senhor: 2“Se o ímpio se arrepender de todos os pecados cometidos, e guardar todas as minhas leis, e praticar o direito e a justiça, viverá com certeza e não morrerá. 22 Nenhum dos pecados que cometeu será lembrado contra ele. Viverá por causa da justiça que praticou. 23 Será que tenho prazer na morte do ímpio? — oráculo do Senhor Deus. Não desejo, antes, que mude de conduta e viva? 24 Mas, se o justo desviar de sua justiça e praticar o mal, imitando todas as práticas detestáveis feitas pelo ímpio, poderá fazer isso e viver? Da justiça que ele praticou, nada mais será lembrado. Por causa da infidelidade e do pecado que cometeu, por causa disso morrerá. 25 Mas vós andais dizendo: ‘A conduta do Senhor não é correta’. (Ez 18, 21-28)


Se levardes em conta nossas faltas, quem haverá de subsistir? Mas em vós se encontra o perdão, eu vos temo e em vós espero.(Sl 129)


23 Portanto, quando tu estiveres levando a tua oferta para o altar, e ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, 24 deixa a tua oferta ali diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão. Só então vai apresentar a tua oferta. (Mt 5,20-26)

Deus é misericordioso, ama-nos e, como todo pai amoroso, deseja o melhor para cada um de nós. E o melhor, aos olhos de Deus, é que cada um de nós pratique o bem, a justiça, a paz e o amor, mesmo que, antes disso, seja preciso nos perdoar um sem número de vezes.

O perdão é como uma porta e o arrependimento como o caminho até ela. A porta está sempre aberta para quem quer que seja, mas só chega até ela quem deseja de coração trilhar o respectivo caminho.

Deus não olha as faltas do passado, mas valoriza o ânimo presente, o arrependimento sincero, a vontade de agir hoje e futuramente de acordo com os planos Dele.

Do mesmo modo, para Deus não tem valor todo o bem que fez aquele que hoje se rebelar. E não há nenhuma falta de lógica nisso, pois se Ele tem um bom plano para cada um de nós, não é do desejo Dele que "morramos na praia".

Se hoje o bom homem se afasta de Deus, todo o bem por ele feito terá sido vão. Mas, graças à misericórdia do Pai, ele pode se arrepender de seus pecados e obter o divino perdão sempre que sua humildade permitir.

O sentimento de "culpa" que às vezes carregamos conosco é um sinal positivo. É sinal de que existem valores cristãos dentro de nós que permitem que abandonemos o orgulho e nos arrependamos de coração.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

 Só o amor liberta

"(...) Há de livrá-los da violência e opressão, pois vale muito o sangue deles a seus olhos! Hão de rezar também por ele sem cessar, bendizê-lo e honrá-lo cada dia (...)".(Sl 71)
 "(...) Deram-lhe o livro do profeta Isaías. Abrindo o livro, Jesus achou a passagem em que está escrito: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa Nova aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos e para proclamar um ano da graça do Senhor (...)”.(Lc 4,14-22a)
"(...) Se alguém disser: 'Amo a Deus', mas entretanto odeia o seu irmão, é um mentiroso; pois quem não ama o seu irmão, a quem vê, não poderá amar a Deus, a quem não vê. E este é o mandamento que dele recebemos: aquele que ama a Deus, ame também o seu irmão. (...) Podemos saber que amamos os filhos de Deus, quando amamos a Deus e guardamos os seus mandamentos. Pois isto é amar a Deus: observar os seus mandamentos. E os seus mandamentos não são pesados, pois todo o que nasceu de Deus vence o mundo. E esta é a vitória que venceu o mundo: a nossa  (...)". (1Jo 4,19–5,4) 
Jesus veio ao mundo para nos livrar do pecado do individualismo, para nos ensinar que só podemos alcançar a felicidade plena se desejarmos e trabalharmos também em prol da felicidade de nossos irmãos, da coletividade.

O mundo muitas vezes nos diz que a felicidade está dentro de cada um de nós, que cada um deve buscar a própria felicidade, o progresso e o sucesso pessoal.

O resultado dessa busca é um sentimento de vazio, um vácuo existencial, pois o homem não foi idealizado por Deus para viver sozinho.

E viver em coletividade, não significa competir com ou sobrepor-se ao outro. Se o homem maltrata seu habitat social, ele condena sua própria espécie ao fim.

A plenitude humana depende de uma convivência harmoniosa. E essa harmonia total só é alcançada quando cada parte do todo, isto é, quando cada um de nós, coloca amor em nossas atitudes, quando retiramos o "eu" do centro de nossas vidas e colocamos "Deus". Pois Deus é exemplo do mais puro amor.

Quem ama não deseja o mal, não se julga superior ou mais merecedor, não ignora os pesares do outro, não oprime.

Ao contrário: procura fazer o bem, reveste-se de humildade, busca ouvir e compreender as necessidades do próximo e sacrifica-se com prazer pela alegria do irmão. Quem ama respeita a liberdade do outro.

Jamais será o amor que Deus espera de nós um fardo, um peso, uma obrigação, e sim motivo de entusiamo, de celebração, de alegria. Abrir mão de nossa individualidade, de nosso egoísmo, é um gesto medíocre quando temos por referência o sacrifício de Jesus na cruz.

Amar é ajudar a construir uma sociedade justa e solidária, a incentivar e dar espaço ao outro para que compartilhe seus dons e vocações, e permite colher, reflexa e naturalmente, bem-estar e paz de espírito pessoal e coletivo.

Quem confia em Deus e entrega seu coração a Ele, permite que o verdadeiro amor faça morada dentro de si.

Amemos!

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Semente

"(...) amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece Deus. Quem não ama não chegou a conhecer Deus, pois Deus é amor(...)".(1Jo 4,7-10)
Trata-se de uma declaração importante. Todo aquele que ama, nasceu de Deus e, portanto, conhece a Deus. 

Isso é maravilhoso porque significa que também pessoas que nunca leram a bíblia conhecem a Deus pelo simples fato de poderem amar naturalmente. Elas têm a semente de Deus dentro de seus corações.

Na verdade, cada um de nós carrega dentro de si a semente desse amor.

Há muitas pessoas que ajudam a pessoas pobres, doentes, que são solidárias, que não poluem o meio ambiente e que fazem muitas outras coisas boas. Será, então, que elas não precisam ler a bíblia ou conversar com pessoas que creem em Deus? 

Com toda certeza precisam. 

Cada um de nós precisa conhecer o fundamento do amor para que não nos transformemos em solos inférteis.

Somos os cultivadores do amor que Deus nos deu, somos a terra onde a semente foi plantada, mas não o próprio amor, não a própria semente. Precisamos agradecer esse presente do Pai e animar nossos irmãos para que façam o mesmo, para que possamos conviver juntos e harmoniosamente no jardim projetado por Deus.

A semente pode germinar, pode crescer, amadurecer e depois florescer e dar frutos, mas não pode fazer nada disso sozinha. Ela precisa ser cuidada, adubada, regada, assim como nós precisamos receber a palavra de Deus para evoluirmos.

Fazer o bem, é fruto desse crescimento espiritual em Deus e é também sacrifício de amor, sacrifício que irá fazer outras sementes germinarem.

Sacrifício na tradução para a alemão é "Opfer". "Opfer" significa desfazer-se de algo contra a nossa vontade em troca de um benefício qualquer, o que não é algo bom. 

Mas o sacrifício que vem do amor de Deus é feito com vontade, com alegria, com liberdade, com dedicação.

O jardim que Ele amorosamente preparou para nós é maravilhoso!

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

A lanterna e a pilha

"(...) Caríssimos, não acrediteis em qualquer espírito, mas examinai os espíritos para ver se são de Deus, pois muitos falsos profetas vieram ao mundo. Este é o critério para saber se uma inspiração vem de Deus: todo espírito que leva a professar que Jesus Cristo veio na carne é de Deuse todo espírito que não professa a fé em Jesus não é de Deus; é o espírito do Anticristo. Ouvistes dizer que o Anticristo virá; pois bem, ele já está no mundo (...)".(1Jo 3,22-4,6)
"(...) O povo que vivia nas trevas viu uma grande luz; e para os que viviam na região escura da morte brilhou uma luz. Daí em diante, Jesus começou a pregar, dizendo: 'Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo'

Jesus andava por toda a Galileia, ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando todo tipo de doença e enfermidade do povo. E sua fama espalhou-se por toda a Síria. Levaram-lhe todos os doentes, que sofriam diversas enfermidades e tormentos: endemoninhados, epilépticos e paralíticos. E Jesus os curava. Numerosas multidões o seguiam, vindas da Galileia, da Decápole, de Jerusalém, da Judeia, e da região além do Jordão (...)".(Mt 4,12-17.23-25)
A ninguém, seja qual for a fé que professe, foge o conhecimento do mal e do bem, e assim é desde que Adão e Eva comeram a maçã... E a cada um é dado escolher como andar: sob as trevas ou sob a luz.

Porque nos ama muito, Deus equipou a cada um de nós com uma poderosa lanterna, para que pudéssemos andar seguros até nas situações de inesperado blecaute.

Mas porque nos quis livres, deu-nos, também, uma pilha, para que decidíssemos se e quando usar essa lanterna.

Sem a lanterna, a pilha não tem utilidade, e sem a pilha, a lanterna não pode funcionar.

Você, leitor do nosso humilde blog, já deve estar desconfiado de Quem seja a Lanterna que ilumina e do que seja a pilha que a permite funcionar em nossas vidas.

É isso mesmo: a Lanterna é Jesus Cristo e a pilha é a nossa fé Nele. 

Sem que haja fé em Cristo, o homem vive no escuro, na ignorância, tropeçando, caindo, sem uma direção, sem um norte, perdido. 

Sem Cristo, o mundo seria apenas trevas. Sem a fé Nele, a nós não seria possível andar sob a luz, com sabedoria, com passos certos, firmes, rumo à felicidade, rumo à serenidade, à paz de espírito, rumo à harmoniosa comunhão com nossos irmãos.

Acenda a sua lanterna!